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Insegurança financeira no Brasil: um paradoxo para a sociedade

Quase metade dos brasileiros vive uma verdadeira montanha-russa em relação à segurança financeira. Um estudo da plataforma BookerChooser revela que muitas pessoas estão entre a insegurança e o desejo de fazer seu patrimônio crescer investindo em ativos de risco, como as criptomoedas.

A pesquisa levou em conta três pontos importantes do Global Findex, do Banco Mundial: a capacidade de poupança, o quanto se tem para lidar com despesas do dia a dia e emergências, e a dependência de empréstimos ou ajuda informal de amigos e familiares. Além disso, foram analisados dados de pesquisa no Google Trends dos últimos cinco anos, focando em termos como “comprar cripto”, “negociação de ações” e “como investir”.

O resultado colocou o Brasil em sétimo lugar em um ranking de “audácia financeira”. O país obteve uma pontuação alta em insegurança financeira, alcançando 7,3 em 10, enquanto a pontuação para poupança ficou em apenas 3,44 e a dependência de crédito em 4,44.

## Brasileiros estão entre os mais interessados em criptomoedas

Mesmo sem muitos recursos para investir ou para pagar as contas do mês, os brasileiros se destacam nas pesquisas sobre investimentos em criptomoedas, ocupando a 15ª posição entre 87 países. No caso das ações, o interesse é mais contido, com o país na 45ª posição. Na busca por investimentos em geral, o Brasil ocupa a 24ª posição.

Esse comportamento revela uma disposição curiosa em assumir riscos, muitas vezes sem considerar as possíveis perdas financeiras que podem vir a curto prazo. Adam Nasli, analista-chefe da BookerChooser, comentou essa situação de forma perspicaz: “É um paradoxo que aqueles que são mais financeiramente vulneráveis frequentemente demonstrem maior entusiasmo por oportunidades de investimento de alto risco, vendo-as como um caminho para sair da insegurança econômica.”

## Brasileiros enfrentam alto grau de insegurança financeira

Outros dados da pesquisa mostram que a insegurança financeira está bem presente na vida de muitos brasileiros. Menos da metade (46,2%) tem alguma reserva financeira, e apenas 20,19% consegue poupar para a aposentadoria.

A preocupação com a aposentadoria atinge 47,29% da população, e 34,99% teme não ter condições de garantir a educação dos filhos. Mas não é só o futuro que causa inquietação. Quase metade (49,77%) dos brasileiros está bastante apreensiva sobre como pagar as contas do mês, e 54,24% temem não conseguir arcar com despesas médicas em caso de doença grave ou acidente.

Uma parte da população, cerca de 8,94%, enfrenta uma situação de total desamparo, sem acesso a reservas emergenciais em um prazo de 30 dias. Embora as criptomoedas sejam uma opção de investimento, elas não são o principal recurso que os brasileiros selecionam para tentar aumentar seus bens. Dados recentes do 8º Raio-X do Investidor Brasileiro, conduzido pela Anbima, revelam que as apostas online atraíram quatro vezes mais usuários que as criptomoedas no Brasil em 2024.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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